Primeiro foi a serra gaúcha. Depois, o Rio Grande do Sul. Para tomar o resto do país foi um talagada de vinho da colônia acompanhado de salamito e queijo. Agora, chegou a hora de Radicci conquistar o resto do mundo. E fará isso à moda dos Césares: de Roma até onde a vista alcançar – mesmo que esse limite seja o Vêneto natal…
O gringo borracho e sua adorável famíglia estão com passagem marcada para a Itália em dezembro, quando serão apresentados oficialmente aos seus “conterrâneos” durante a Più Libri Più Liberi, um dos maiores eventos literários da capital italiana.
O quadrinista Iotti, criador do universo de Radicci, está confiante no carisma e potencial de seu personagem, que chegará aos fratelli através de um livro editado com uma coletânea de tiras traduzidas para o italiano.
– O Radicci e sua família são muito parecidos com os italianos da região do Vêneto, no norte da Itália, que é de onde vieram a maior parte dos imigrantes para o Brasil. Então a identificação é imediata com o sujeito bonachão que adora caçar e beber, o filho americanizado, a mulher dona de casa, o nonno que foi piloto na Segunda Guerra…
Tanto que há um ano, quando experimentou pela primeira vez entrar na Itália com Radicci, editores de jornais que o receberam disseram que ele não deveria mudar nada, que a caricatura era bem honesta e real. Mas faltava uma força a mais, um padrino que liberasse a pista de pouso para a Jaquirana Air.
Esse carimbo no passaporte foi conseguido agora com o apoio do Movimento Associativo Italiani All’Estero (Maie), partido político que elege representantes da América Latina para o Senado e Câmara dos Deputados na Itália. Ricardo Merlo, atual deputado do Maie e um dos responsáveis por botar a Rural de Radicci rodando pela Via Ápia, diz não se lembrar de outro cartunista estrangeiro que faz humor com personagens italianos publicado na Itália nos últimos tempos.
– É um caso único. Estamos certos que essa primeira edição será bemsucedida e outras virão – derrete-se.
Para a estreia em solo italiano, Iotti enviou um calhamaço de tiras para a editora responsável na Europa. A maioria foi aprovada sem problemas, ficando de fora apenas aquelas com referências brasileiras que não teriam sentido na Itália.
– Tem uma tirinha em que falo de macumba, outra que é sobre o estatuto do desarmamento, coisas que eles lá não entenderiam. Ficaram as mais universais, então – explica o desenhista. Fonte
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