Pages

domingo, novembro 14, 2010

"Gostaria de estar trabalhando em uma seleção em 2014", diz Felipão em passagem por Caxias do Sul

Pentacampeão mundial em 2002 e atual técnico do Palmeiras, Luiz Felipe Scolari foi uma das principais personalidades na solenidade e comemoração do título de Cidadão Caxiense entregue ao médico Aloir Neri de Oliveira, na noite de quinta-feira.

Com direito inclusive a figurar na Mesa da Câmara de Vereadores, da qual também recebeu esse mesmo título, em 2003. Na chegada à Câmara, pouco antes de se reunir com o homenageado e outros convidados, Felipão falou com exclusividade ao Pioneiro e abordou diversos assuntos, da difícil relação com a imprensa aos salários, além da satisfação de voltar à cidade, onde ganhou destaque como zagueiro do Caxias e começou a carreira como técnico no Juventude.

Pioneiro: Quando surgiu a amizade com Aloir?
Felipão: É um amigo não só dos tempos do Caxias, mas do futebol de salão, uma pessoa por quem tenho uma estima muito grande. O convite dele não era só um convite, mas uma obrigação minha. E também pela cidade, pelo que eu vivi aqui muito tempo. Então é uma alegria estar aqui.

Pioneiro: Como foi sua relação no futsal com o Aloir?
Felipão: Você sabe que o Aloir sempre jogou muito bem, jogava de pivô, era aquele jogador que protegia para quem viesse bater de trás, e naquele tempo o futebol de salão era diferente do futsal de hoje. Jogamos juntos, jogamos contra, por isso já tínhamos amizade. E depois formamos ainda mais amizade quando o doutor Pompeo (Paulo) o levou para o Caxias e ele trabalhou naqueles bons tempos (anos 70).

Pioneiro: Como você avalia o momento na carreira?
Felipão: Está bem. Fiz uma escolha de voltar ao Brasil, assumi o Palmeiras, que é uma equipe excelente para trabalhar. Naturalmente a gente tem um projeto, não é de imediato que as coisas são conseguidas, e a gente está seguindo esse plano. Foi uma escolha acertada.

Pioneiro: Há muitas notícias de uma relação conflituosa de Felipão com a imprensa, ou da imprensa com Felipão. Como você analisa isso?
Felipão: Eu analiso pela segunda parte, da imprensa com Felipão. Eu não tenho conflitos com ninguém, apenas faço meu trabalho. Em algumas situações tenho que priorizar uma resposta ou outra. Mas conversamos bastante no decorrer da semana passada com os setoristas, com aquelas pessoas que vivem o dia-a-dia do clube, e não com os chefes, que estão na redação e têm outros interesses, e nos entendemos muito bem. Acho que agora é uma situação mais normal, porque existe uma identificação maior de todos, e aí não vai ter problema nenhum.

Pioneiro: A determinação de os jogadores não falarem ao final do primeiro tempo e dos jogos continua valendo?
Felipão: Não muda nada, por enquanto não, em virtude de que essa é uma situação em que, em princípio, a gente passa aos atletas como uma solicitação, não como uma obrigação. Até para que não haja problemas entre os atletas e que a gente tenha condições de montar um grupo até o final do ano e mais ou menos direcionar esse grupo àqueles fins que nós pretendemos. Então, à medida em que formos avançando nessa situação, nesse envolvimento de todos para o grupo, para que não haja distorções, aí as coisas vão acontecer de uma forma um pouco diferente.

Pioneiro: Seu nome estaria cotado para dirigir o Chile. Houve contato?
Felipão: Não, não. São provavelmente nomes que são sondados ou pensados e que provavelmente vão entrar em contato no decorrer da semana, do mês ou do ano, dependendo do que pensarem a respeito de quem seria o possível técnico. Mas eu tenho contrato com o Palmeiras até 2012 e para que possa sair tenho que ter uma situação definida pela direção de que eles não tenham interesse em mim. Porque eu tenho interesse em permanecer no Palmeiras.

Pioneiro: Para a Copa de 2014, Felipão se imagina na arquibancada ou no banco de uma seleção?
Felipão: Não sei te dizer... Eu prefiro... Gostaria de estar numa seleção, sim, trabalhando em 2014, numa Copa no meu país, mas não sei o que vai acontecer até lá. Prefiro seguir o meu dia-a-dia, que é o dia-a-dia do Palmeiras, e ver o que vai acontecer.

Pioneiro: Como você avalia as polêmicas em torno dos salários dos técnicos? Aqui no Estado, Renato está no meio dessa discussão.
Felipão: Avalio que o dever da imprensa é colocar alguma situação profissional, e não dentro da privacidade de uma pessoa. Quem invade a privacidade de uma pessoa não tem direito a... tem que receber algumas respostas que muitas vezes não são as que a imprensa deseja. Porque todo mundo sabe que alguns valores são expostos e não são a realidade. E, além de não serem a realidade, para mais ou para menos, não interessa ao público o que alguém ganha como profissional de A ou B. Porque, se fosse assim, muitos da imprensa deveriam colocar seus valores que ganham no dia-a-dia, e sendo falado todo o dia, para ver se isso não iria incomodá-los. Mas normalmente a imprensa é a dona da verdade e acha que deve mencionar valores de manhã, de tarde e de noite, valores que eles entendem serem aqueles que têm como parâmetros. Portanto, não quero entrar nesse mérito, mas acho que é uma invasão de privacidade total e absurda que os técnicos deveriam bater em cima de que não pode acontecer.

Pioneiro: Como foi essa passagem por Caxias, com vários compromissos?
Felipão: Foi ótima porque tive a oportunidade de conviver com muita coisa que eu participava aqui, com o Aloir, com algumas coisas que ainda tenho aqui, observar. E conviver com o pessoal da Hospital Pompeia, que é onde eu tenho um ambiente muito bom, tenho amizades, e que é onde acho que a população, as pessoas deveriam estar integradas, porque o que eu vi hoje lá mais uma vez me deixou muito alegre, muito feliz. Porque tudo aquilo que foi feito, que foi idealizado por nós naquela campanha de Amigos do Pompeia, está em prática. E com muita qualidade. Então eu também vim hoje aqui para dizer ao pessoal do Pompeia que, se precisarem de mim mais uma vez, estou disposto a dar a minha colaboração. Fonte

Nenhum comentário:

Postar um comentário