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domingo, dezembro 12, 2010

Sílvio Santos - 80 anos - Parte 1 - O Patrão

O Patrão

“É difícil medir a minha emoção de viver e compartilhar uma história de vida com milhões de pessoas que me acompanham nesta trajetória”. (Silvio Santos)

Silvio Santos

Silvio Santos


Anos 50 e 60

Em 1958, São Paulo, por maior e mais pujante que fosse, ainda guardava traços de uma cidade de interior. Seus 3,7 milhões de habitantes podiam se divertir nas margens do rio Tietê, que de tão limpo recebia famílias de banhistas e pescadores. Mas os moradores da primeira metrópole do país precisavam se acostumar rapidamente com as novidades do Brasil e do mundo: JK e a construção de Brasília, o rock americano, a Bossa Nova e a televisão, que ainda engatinhava.

Livro-caixa do Baú da Felicidade

Livro-caixa do Baú da Felicidade

O que eles não sabiam é que, nessa época, estava para nascer uma das mais importantes inovações do país. Da semente plantada no porão número 184 da Rua Líbero Badaró brotaria um negócio sólido, que se tornou a base de um grande Grupo empresarial: o Baú da Felicidade.

O cliente pagava as prestações de uma caixa de brinquedos durante o ano e recebia os produtos sonhados na época do Natal. A empresa, aberta pelo radialista Manoel de Nóbrega, começou bem e, naquele ano, vendeu milhares de carnês. Mas era muito trabalhoso.

Com a intenção de honrar os compromissos com os clientes e depois fechar o negócio, Nóbrega decidiu se afastar e incumbir um amigo, o também radialista Silvio Santos, da tarefa de assumir o controle da situação. Silvio Santos relutou o quanto pôde antes de aceitar a missão. No fim, topou apenas para socorrer o amigo, que lhe garantiu que o trabalho duraria pouco tempo, apenas até que o Baú pudesse ser fechado sem dívidas.

Manoel de Nóbrega

Manoel de Nóbrega

A sede do Baú encontrada por Silvio Santos em seu primeiro dia de expediente deixava muito a desejar, mesmo estando em endereço nobre. Segundo o comunicador, era um “buraco”, bem longe da “sede organizada de um negócio espetacular” que ele esperava encontrar. Essa primeira impressão reforçou ainda mais em sua cabeça a ideia de que a única coisa a ser feita era encerrar o mais rápido possível a empresa, na época chamada Distribuidora Ali.

Bastaram quatro ou cinco dias naquela salinha onde a mesa era feita caixotes, para que Silvio Santos identificasse o real significado do Baú da Felicidade: uma grande oportunidade nas mãos de alguém com coragem e talento – alguém exatamente como ele.

Então, no final daquele ano, Silvio decidiu que valia a pena colocar a mão na massa e procurou Manuel da Nóbrega para propor a continuidade do que considerava um negócio com muitas chances de ser lucrativo. A sociedade durou alguns anos, até que Nóbrega preferiu abrir mão da empresa, o que tornou Silvio Santos seu único dono.


Um negócio de confiança

Registro da primeira firma aberta por Silvio Santos

Registro da primeira firma aberta por Silvio Santos

Em 16 de fevereiro de 1959, Silvio Santos registrou sua primeira empresa com seu nome verdadeiro: Senor Abravanel. Emprestou-lhe também um endereço, o número 714 da Rua 13 de Maio, na Bela Vista, que nada mais era que o quarto na pensão em que morava.

Nenhuma das turbulências causadas pela renúncia de Jânio Quadros em 1961 afetou profundamente Silvio Santos e seu Baú. Em junho de 1963, quando criou a BF Utilidades Domésticas e Brinquedos, o negócio do empresário já havia passado por outras duas sedes: uma sala alugada na Rua Xavier de Toledo e a primeira loja na Rua Quirino de Andrade.

O estilo do empreendimento também havia mudado. As pessoas não compravam mais as mercadorias previamente pelo catálogo. Pagavam as 12 parcelas e depois iam à loja do centro escolher o que queriam. Além dos brinquedos, o Baú já oferecia geladeiras, televisores, jogos de panelas e de jantar, entre outros artigos. As lojas rapidamente se multiplicaram por São Paulo e pelas grandes cidades, atraindo cada vez mais consumidores fiéis.

A ideia, tão ousada quanto os acordes de Bossa Nova, soava estranha na época. Era preciso ter uma boa dose de confiança para pagar prestações por um tempo e só depois receber a mercadoria escolhida. Apenas um homem conhecido pela população e cheio de carisma como Silvio Santos teria condições de propor isso aos brasileiros.

Em pouco tempo, donas de casa do país inteiro teriam acesso a uma batedeira nova, o fogão de último tipo, e a novidade das novidades: a tão sonhada televisão. Para os consumidores de baixa renda, as vantagens eram enormes, pois o investimento viria a protegê-los das perdas monetárias e viabilizaria o consumo sem grandes sacrifícios. Além disso, os consumidores ainda vibravam com a chance de concorrer a prêmios distribuídos entre os clientes do famoso Baú.

A fim de atrair o interesse dos clientes, Silvio Santos não poupava esforços e apresentava shows para multidões em praças, com sorteios para promover as vendas. Além disso, desde seu início, a empresa alavancou negócios com ampla propaganda em seus programas na Rádio Nacional.


Começa a nascer o Grupo Silvio Santos

Em 1961, a humanidade se maravilhou com a descoberta de que a Terra é azul e, mesmo contemplando 10 anos de sua primeira transmissão, a TV ainda engatinhava no Brasil, com apenas 200 mil aparelhos vendidos. Silvio Santos, porém, já levava multidões a se sentar diante da telinha para assistir a seu programa noturno, Vamos Brincar de Forca.

Visionário, decidiu comprar as duas primeiras horas da programação dominical da TV Paulista, canal 5, a partir do meio-dia e transformá-las na melhor vitrine que o Baú poderia ter. Nascia aí, com um show televisivo cheio de brincadeiras e prêmios, todo baseado no Baú da Felicidade, aquilo que se tornaria o Programa Silvio Santos, que em pouco tempo ficaria famoso em todo o país.

Silvio entregava uma verdadeira frota de Fuscas

Silvio entregava uma verdadeira frota de Fuscas

Com altos índices de audiência, o programa voltado antes para divulgar o Baú começou a chamar a atenção dos anunciantes. Nesse momento, Silvio Santos vislumbrou uma nova oportunidade de negócio: a propaganda. Inaugurada em 1962, a Publicidade Silvio Santos juntou-se ao Baú da Felicidade para dar origem ao Grupo Silvio Santos.

Ao migrar para a televisão, a premiação do então “Carnet do Baú” ficou mais sofisticada. Além dos cobiçados aparelhos de TV, as maiores vedetes de 1963 foram a motoneta Jawa e a vitrolinha Teclason. Logo depois, chegou a vez do Fusca virar o prêmio mais desejado pelos clientes do Baú.


O brasileiro realiza o sonho da casa própria

No decorrer dos anos 1960, a turbulência política afetava o país e a Guerra do Vietnã dividia o mundo entre Ocidente e Oriente. Silvio Santos, porém, encontrou nessas crises ainda mais oportunidades de vencer.

Baú da Felicidade passou a distribuir casas aos clientes

Baú da Felicidade passou a distribuir casas aos clientes

Todo mundo sonhava em ter seu aparelho de TV, seu telefone residencial e, na garagem, um automóvel. Muitos desses sonhos o Baú já ajudava a realizar, mas em 1964, quando a inflação batia os 89,9%, era natural o desejo da população pela casa própria, assim o Baú passou a distribuir moradias por meio do Plano Para a Casa Própria.

A iniciativa foi um sucesso, mas por conta da agitada economia da década de 1960, as leis que regulamentavam os sorteios endureceram, e o Baú passou a ter que adquirir várias casas antes de sorteá-las.

Mas do limão fez-se uma limonada. Como a demanda por prédios comerciais em São Paulo tinha dificultado a aquisição das 12 casas que o Baú precisava comprar antecipadamente, o Grupo decidiu que havia chegado o momento de buscar uma solução própria.

Surgia assim, em 1965, a Construtura e Comercial BF, que em 1973 passaria a se chamar Baú Construtora. Em pouco tempo, a estrutura permitiu que, além daquelas 12 casas exigidas por lei, muitas outras fossem erguidas e comercializadas, provando que o Grupo Silvio Santos nasceu destinado ao sucesso e pronto para atender às necessidades dos consumidores.


Novas oportunidades de negócios

Baú Financeira

Baú Financeira

A fim de diversificar os negócios, as lojas do Baú passaram também a oferecer mercadorias a crédito. A ideia era boa, mas o governo não abria mão de receber seus impostos à vista. Havia assim a necessidade de, para escapar da inflação alta, aplicar de alguma maneira os recursos angariados com os carnês do Baú até a entrega dos prêmios, ao final dos 12 meses de pagamento.

Por conta deste cenário, mal acabava o ano de 1968, quando Silvio Santos decidiu que era hora de abrir uma financeira própria para oferecer melhores condições aos crediários. Nessa época, o capital consolidado do Grupo já somava NCr$ 3,2 milhões, cerca de US$1 milhão.

No começo de 1969, o Grupo Silvio Santos adquiriu a pequena empresa Reasul S/A que, em setembro, já seria chamada da Baú Financeira S.A. Crédito, Financiamento e Investimento. Esse foi o embrião da Divisão Financeira do Grupo que, tempos depois, seria o Banco PanAmericano.


Agronegócio como Oportunidade

Fazenda São Cristóvão

Fazenda São Cristóvão

Ainda em 1969, o governo criou maneiras de evitar a sonegação e movimentar setores essenciais, como a agropecuária, permitindo que as empresas investissem 12% do imposto devido por elas em projetos ligados ao campo.

Como as empresas de Silvio Santos pagavam grandes somas de Imposto de Renda, para aproveitar a oportunidade, o grupo resolveu aplicar esse capital em uma área de reflorestamento no Paraná. Em poucos anos, toda a região estava reflorestada e esse sucesso incentivou um novo investimento no setor.

Assim nasceram as fazendas Tamakavy e Tiaipé, e São Cristóvão, que destinavam seus 95 mil hectares no município de Barra do Garças, no Mato Grosso, à criação de gado de corte.


Incubadora de Novas Oportunidades

Anúncio dos carros do Baú

Anúncio dos carros do Baú

Embalados pela Jovem Guarda, no início dos anos 1970, os brasileiros já tinham um novo motivo para sonhar: possuir um carro. Ao perceber esse movimento, o Grupo Silvio Santos passou a atuar no segmento de automóveis, apoiado pela segurança dada pela financeira.

Baú Distribuidora de Títulos e Valores Imobiliários

Baú Distribuidora de Títulos e Valores Imobiliários

Ainda em 1970, para facilitar a comercialização de letras de câmbio, o GSS comprou a Dinâmica Distribuidora de Títulos e Valores Imobiliários, que, três anos depois, também assumiu o título de Baú.

Assim como a Seleção tricampeã da Copa do Mundo, que trouxe para o país a Taça Jules Rimet, o time de Silvio Santos também estava em campo para ganhar.


Anos 70

Diversidade torna-se a marca de Silvio Santos

Funcionários do Grupo em 1975

Funcionários do Grupo em 1975

Em 1971, a informática começava a dar seus primeiros passos e, antenado com seu tempo, Silvio Santos percebeu as vantagens dos avanços e se tornou um dos pioneiros no uso dessa tecnologia no país. Tanto que em 1975, os funcionários de Silvio Santos já tinham acesso a computadores.

Em meio a esse cenário de tantas novidades, o número de carros distribuídos pelo Baú nos programas de TV cresceu rapidamente. Para aproveitar mais uma oportunidade de negócio e poder atender o público cobrando ainda menos, o Grupo Silvio Santos inaugurou a BF Comércio de Veículos e, meses depois, comprou a Vila Maria Veículos, a concessionária da VW que ficaria nacionalmente conhecida como Vimave.

Ultrapassando as dificuldades iniciais, quando recebia uma cota de apenas 30 carros, número insuficiente até para atender as demandas do próprio Baú, a Vimave floresceu e, em pouco tempo, Silvio Santos já podia entregar a todos seus clientes sortudos os carros adquiridos por meio da concessionária.

De quebra, alimentava a frota de Kombis que transportava a multidão de vendedores dos carnês e ainda tinha quem cuidasse de sua manutenção. Pouco tempo depois, a Vimave incorporou a BF Comércio de Veículos e passou também a vender carros para o público em geral.

O sucesso foi astronômico e em pouco tempo a concessionária se tornaria uma das principais empresas do ramo do Brasil ao se firmar como canal de acesso rápido e fácil ao tão sonhado automóvel, já que contava com o crédito concedido pela financeira do próprio Grupo Silvio Santos.

Logo a Vimave teria três filiais. Tempos depois, o grupo abriria também um verdadeiro shopping multimarcas de automóveis.

Baú Seguradora S/A

Baú Seguradora S/A

O sucesso da empreitada com veículos fez surgir mais uma oportunidade de agregar valor aos negócios. Todos os automóveis vendidos a crédito eram colocados no seguro, por garantia. Assim, ainda em 1971, o Grupo aproveitou a oportunidade de negócio e abriu a Baú S/A Corretora e Administradora de Seguros.

Pouco tempo depois, Silvio Santos e sua equipe incorporaram também a Perícia – Administração e Corretagem de Seguros, o que facilitou ainda mais a vida de seus clientes. Em 1972, quando a Baú Financeira já havia se transformado em líder no segmento, o grupo adquiriu a São Cristóvão Cia. Nacional de Seguros Gerais, que depois passaria a se chamar Baú Seguradora S/A. Nessa época, Silvio Santos já tinha 10 empresas e mais de 4,3 mil funcionários, com capital consolidado de US$9,5 milhões.


Uma Holding para reunir todas as empresas

Sede da Holding em São Paulo

Sede da Holding em São Paulo

Ainda em 1972, enquanto o Brasil estava de olho na vice-colocada Rejane Vieira Costa no Miss Universo e em Emerson Fittipaldi, que despontava na Formula 1, outra notícia movimentava o cenário empresarial. Em 10 de junho, Silvio Santos criou uma holding para cuidar de suas dez empresas, a Silvio Santos S/A – Administração e Participações (que, em 1978, passou a ser uma S/C Ltda). Sua missão era implantar, organizar, coordenar e controlar as políticas e as diretrizes traçadas pelo Conselho de Direção, visando uma administração homogênea do grupo.


Produzir para Cinema e TV

A segunda empresa de Silvio Santos, a Publicidade Silvio Santos, criada em 1962, chegou à década de 70 com grande volume de clientes, além dos negócios das suas próprias empresas. Toda esta estrutura abriu caminho, em 1972, para sua primeira mudança, quando passou a se chamar Marca Filmes e a produzir cinema e televisão.

Stúdios Silvio Santos Cinema e Televisão

Stúdios Silvio Santos Cinema e Televisão

Além de curtas, filmes para televisão e novelas, como Destino, A Força do Amor, A Leoa e O Espantalho (um enorme sucesso, vendido até para o exterior) -, a Marca levou para a telona o filme Ninguém Segura Essa Mulher, um grande sucesso de 1974, com Tony Ramos, Vera Gimenez, Denis Carvalho, Wilson Grey, entre outros no elenco.

Neste mesmo ano, a Marca passou a se chamar Studios Silvio Santos Cinema e Televisão, um verdadeiro balão de ensaio para voos mais altos na telinha.


Namoro com as vendas no varejo

BF Utilidades Domésticas

BF Utilidades Domésticas

Em 1974, enquanto Adoniran Barbosa cantava o aclamado Trem das Onze, as empresas de Silvio Santos continuavam a progredir. As Lojas Tamakavy foram desmembradas da BF Utilidades Domésticas e passaram então a se dedicar exclusivamente ao comércio varejista de móveis e eletrodomésticos. Em pouco tempo, dezenas de lojas e centenas de funcionários conquistaram um grande número de consumidores.

Liderança Capitalização

Liderança Capitalização

A Liderança Capitalização foi outra aposta do empreendedor Silvio Santos nesse período. Fundada em 1945, a empresa foi incorporada em 1975 e reativada em janeiro do ano seguinte. Nesse primeiro momento, as maiores apostas foram os planos de capitalização mensal (PM), único (PU) e a caderneta de Títulos de Poupança Premiada (CPP), com previsão de sorteios, seguro de acidentes pessoais e empréstimos, entre outras coisas.

Em pouco tempo, a Liderança já era líder em vendas e receitas operacionais no ramo de capitalização. Somente a partir de 1991, a Tele Sena passou a ser seu principal produto.


Pioneirismo em previdência

Aposentec Previdência Privada

Aposentec Previdência Privada

Em sintonia com seu público, seus desejos e suas necessidades, Silvio Santos e seu grupo criaram a Aspen – Associação Previdência e Seguros. Sua posição de vanguarda antecipou até mesmo os movimentos governamentais: foi só em 1980 que o Ministério da Fazenda regulamentou as operações de previdência privada de complementação da aposentadoria, pecúlio e renda no Brasil. Entretando, a Aspen, que desde 1979 passara a se chamar Asprevi – Associação de Previdência Privada, teve seus méritos: recebeu do governo a Carta-Patente nº001, do dia 8 de setembro. Cinco meses depois, a Asprevi mudou de nome para Aposentec Previdência Privada.

Novamente antecipando tendências, três anos depois, a Aposentec se desmembrou em duas novas empresas. A Previnac – Previdência Nacional passou a operar planos de aposentadoria sofisticados, que ofereciam até mesmo assistência médica. Já a outra empresa, que manteve o nome Aposentec, montou planos específicos para faixas de renda maior, inclusive com opção de custeio educacional. (Aposentec)



Chegou a hora de ter um canal de TV

Na década de 70, o Brasil passou a viver um período de significativos avanços econômicos, que foram conhecidos como os “anos do milagre”. Nessa época, a televisão já havia se tornado o principal meio de entretenimento e informação dos brasileiros que moravam nas grandes cidades. Nesse cenário de mudanças, nada mais natural para um homem de negócios e de televisão bem sucedido como Silvio Santos do que desejar ter sua própria emissora.

Aberta pelo governo, a concorrência dos canais 9 de São Paulo (Excelsior) e do Rio (TV Continental) se tornou a primeira oportunidade para o empresário. Mas mesmo com um projeto moderno, solidez financeira e conhecimento técnico do meio, não foi dessa vez que ele conseguiu realizar seu sonho.

Silvio Santos assina contrato do Canal 11

Silvio Santos assina contrato do Canal 11

Como na época o governo parecia não estar disposto a abrir novas concessões, a saída seria comprar 50% das ações da TV Record. Infelizmente, por causa de um daqueles movimentos típicos do mundo dos negócios, em que o cenário muda em um piscar de olhos, as ações porém acabaram nas mãos de outras pessoas. A espera, entretanto, durou apenas mais 6 meses, quando as ações foram colocadas à venda novamente e Silvio Santos se adiantou para comprar metade da Record.

Em outubro de 1975, Silvio Santos venceu a concorrência para o Canal 11, do Rio de Janeiro, aberta pelo General Geisel. A tão esperada solenidade de assinatura do contrato do Canal 11 aconteceu 2 meses depois, em 22 de dezembro de 1975, data “oficial” do nascimento do que viria a ser o SBT (Sistema Brasileiro de Televisão).

Em 14 de maio de 1976, com programação contínua das 6 da tarde até a meia-noite, entrou no ar o canal Studio Silvio Santos Cinema e Televisão Ltda., ou simplesmente, TVS.


TVS dá uma lição de eficiência

A entrada da TVS, Canal11 do Rio de Janeiro, no ar foi considerada um verdadeiro feito. Isso porque, entre a assinatura do contrato em 22 de dezembro de 1975 e sua primeira transmissão, em 14 de maio de 1976, pouco menos de quatro meses haviam se passado, tempo considerado curtíssimo para levar a cabo uma operação tão complicada.

Um dos boletins expedidos pela assessoria de imprensa do Grupo Silvio Santos na época destaca o investimento de US$2,5 milhões da primeira compra de equipamentos e de sua chegada ao Brasil. Outro anunciava a entrada da TV no ar, então utilizando a torre da antiga TV Continental.

TVS Rio

TVS Rio

Apesar de o canal ser carioca, os estúdios da TVS ficavam em São Paulo: um na Vila Guilherme, com 4 mil metros quadrados, e outro, um auditório batizado de Teatro Manoel de Nóbrega, no bairro da Pompéia.

Nessa época mesmo época, em que Silvio Santos entrou no ar com 14 horas de programação semanal ao vivo, o comunicador teve uma ideia para testar as preferências dos telespectadores: exibia um mesmo filme três sessões corridos, o que permitiria ao “patrão”, como Silvio Santos é até hoje carinhosamente chamado por seus funcionários, checar os horários que mais atraíam o público.


Primeira experiência no mundo dos cosméticos

No Brasil que experimentava uma fase de crescimento inédito, todos passaram a desejar mais conforto e investir em bens que os economistas até hoje teimam em chamar de “supérfluos”. Em 1976, Silvio Santos decidiu aproveitar esses bons ventos e usar a expertise de venda porta a porta para se lançar em um novo ramo de negócios.

Desse impulso nasceu a Chanson, empresa que entrou no mercado de cosméticos e que, por uma questão estratégica, encerrou suas atividades dois anos depois.


Uma rede de televisão em apenas quatro anos

O final dos anos 70 chegou com péssimas notícias para a pioneira Rede Tupi, onde Silvio Santos exibia seu programa dominical, que também era transmitido pela Record. A rede dos Diários Associados afundava em uma crise que se agravava dia a dia e parecia não deixar dúvidas: o fim estava próximo.

Em contrapartida, a TVS ia de vento em popa, até mesmo com ousados planos de expansão. Em abril, o Grupo Silvio Santos anunciou o projeto de construção de seu Centro de Televisão, o maior complexo de produção do Brasil.

Localizado no Km 19 da Via Anhanguera, em Osasco, Grande São Paulo, o centro reuniria em um só local toda a produção de televisão. A área, com 200 mil metros quadrados, já abrigava o Departamento de Dublagem, o Departamento Técnico e a Produção da TVS. Além disso, contava com um área esportiva onde, em 1979, foi disputado o I Torneio Silvio Santos de Futebol, entre as equipes que compunham todas as 21 empresas do Grupo.

Em 16 de julho de 1980, dois meses antes de completar 30 anos, a emissora pioneira na televisão do Brasil teve sua concessão cassada pelo presidente João Figueiredo.

A TVS deu início ao que viria a ser o SBT

A TVS deu início ao que viria a ser o SBT

Nesse momento triste para a televisão, que poderia ser encarado como sinônimo de fracasso, o prestígio da TV Studios e a confiança na figura de Silvio Santos puderam ser notoriamente sentidos: 13 emissoras de diversos estados, até então afiliadas da Tupi, vincularam-se à TVS, formando uma espécie de “Rede TVS”. Somaram-se ainda dois canais que estavam desativados havia anos, o 9 de São Paulo (ex-Excelsior) e o 9 do Rio de Janeiro (ex-Continental).

Sair vitorioso da concorrência, mesmo que com somente alguns desses canais, transformaria a TVS numa rede de verdade, apenas 4 anos após ter entrado no ar.


Anos 80

O Grupo Silvio Santos cresce

Silvio Santos e o presidente Figueiredo

Silvio Santos e o presidente Figueiredo

Em 25 de março de 1981, o presidente João Figueiredo divulgou que Silvio Santos havia ganhado a concessão de quatro canais: TV Tupi de São Paulo, TV Marajoara de Belém, TV Piratini de Porto Alegre e TV Continental do Rio de Janeiro. Nascia, assim, oficialmente o Sistema Brasileiro de Televisão.







Um marco na TV mundial

Assinuatura da concessão

Assinuatura da concessão

Da divulgação do resultado da concessão até a entrada da emissora no ar, a equipe responsável pelo SBT não soube o que era descanso. Foram inúmeras reuniões, sem hora para terminar, para que tudo saísse perfeito.

Na manhã de 19 de agosto de 1981, o Sistema Brasileiro de Televisão entrou no ar transmitindo a cobertura da solenidade de assinatura da concessão de quatro canais, diretamente do auditório do Ministério das Comunicações, em Brasília – abolindo o processo de preparação técnica que geralmente há entre esses dois momentos.


Um entusiasta da informática

Silvio Santos Informática

Silvio Santos Informática

Silvio Santos, um entusiasta de primeira hora dos avanços da computação e sempre munido de visão estratégica para as novas áreas de negócios e atuação, criou, em 1º de dezembro de 1981, a Silvio Santos Informática.

A princípio, a empresa desenvolveu sistemas de faturamento das emissoras de TV, da gestão de estoques da Tamakavy e da BF Utilidades Domésticas e para o agendamento de consultas da Omed. Menos de um ano depois, começou também a prestar serviços a terceiros.



Fenômeno de audiência

O ano de 1983 foi dedicado à velocidade, em todos os sentidos. Enquanto o piloto Nelson Piquet levantava a taça de bicampeão mundial de Formula 1 nas pistas, na corrida pela audiência o SBT mostrou uma grande vontade de vencer.

A edição da revista Veja de 21 de setembro de 1983 destacou essa trajetória: “Uma semana depois (de entrar no ar), já despontava como a segunda colocada em audiência nas praças onde se instalou. E, nesses dois anos, avançou ainda mais: conquistou 25% da audiência nacional de TV e agregou 21 emissoras ‘afiliadas’ à sua rede(...)”.

Em 1985, Silvio Santos anunciou aquele que seria um dos maiores marcos de audiência do SBT: o filme Pássaros Feridos, considerados por muitos como um momento de “virada” na conquista também da audiência dos formadores de opinião.

Em seu programa, Silvio Santos simplesmente avisava aos telespectadores: “Logo depois da novela da Globo (a recordista em audiência Roque Santeiro), vocês poderão assistir a um filme sensacional, Pássaros Feridos. Não precisam deixar de assistir à novela. Vejam a novela e depois vejam o filme. É um filme muito bom, um filme que eu já assisti várias vezes. É a história de um padre que se apaixona. Mas esse filme só vai começar depois que a novela terminar”.

Estava declarada a guerra pela audiência: quando a emissora concorrente passou a esticar o telejornal e aumentar o formato da novela das 8, o SBT rebateu colocando no ar desenhos animados, enquanto aguardava o momento prometido para iniciar o filme, que havia sido dividido em 5 episódios. Resultado: 47% de audiência para o SBT, contra 22% da concorrente.


Uma emissora em ascensão

Equipe da Central de Jornalismo do SBT nos anos 80

Equipe da Central de Jornalismo do SBT nos anos 80

A despeito das dificuldades econômicas do Brasil dos anos 80, o SBT conseguiu crescer. Em 1988, o número de afiliadas passou de 33 para 44 – e continuou a aumentar nos anos seguintes. Esse foi o resultado de mudanças estruturais bem planejadas na época, como a contratação de Jô Soares para fazer um talk show diário, o Jô Soares Onze e Meia, e de Boris Casoy para ancorar o respeitado TJ Brasil. Mais uma vez, o SBT obrigava a concorrência a se mexer. E rápido.

Um marco de fôlego e da disposição do grupo em investir no Brasil foi a inauguração do Espaço Cultural Teatro Imprensa, em 1987, que demonstrava compromisso com o investimento em cultura. Anos mais tarde, o lugar daria origem ao Centro Cultural Grupo Silvio Santos.


O mundo no olho do furacão

Enquanto a Alemanha voltava a ser uma só, em 1989, o Brasil convivia com uma inflação que chegou a inacreditáveis 1.782,90%. Nesse agitado cenário, a Baú Financeira passou a se chamar PanAmericano S.A. Crédito, Financiamento e Investimento.


Anos 90

Um novo rumo

Em meio a crise econômica do começo dos anos 90, quando o Governo Collor anunciou o confisco dos saldos de contas correntes, poupanças e outros investimentos de milhões de brasileiros, Silvio Santos criou a Sisan Empreendimentos Imobiliários. A função inicial da nova empresa era planejar e controlar os mais de 110 imóveis do Grupo por todo o Brasil.

Com o sucesso da empreitada, a Sisan passou também a estudar as possibilidades de transformação do patrimônio imobiliário do Grupo e planejar a criação de novos empreendimentos.

Agência do Banco PanAmericano

Agência do Banco PanAmericano

Em seguida, Silvio Santos achou que havia chegado a hora de ter um banco próprio. Assim, em 1991, inaugurou o Banco PanAmericano, múltiplo, com carteiras comerciais e financiamento. No início, a instituição investia no atendimento a médias e grandes empresas.

Com o crescimento, a sede não cabia mais só na Rua Líbero Badaró, no centro de São Paulo, e espalhou-se por outros endereços. Quando abriu a primeira agência na Av. Brigadeiro Luís Antônio, o PanAmericano foi autorizado a operar no mercado de câmbio.

Também lançada em 1991, pela Liderança Capitalização, a Tele Sena rapidamente se transformou num sucesso absoluto, capaz de reunir milhões de brasileiros na frente da TV para acompanhar os sorteios. Silvio Santos se tornou o garoto-propaganda do produto, um título de capitalização de pagamento único, com sorteios de prêmios, geralmente em dinheiro, pelo SBT. Chegou a bater astronômicos 34 milhões de títulos comercializados nas agências dos Correios e lotéricas. (Z:\Conteudo Site\programas\Site SS\Tele Sena)


A inauguração do Complexo Anhanguera

Depois de vender sua participação na Rede Record, em 1989, Silvio Santos investiu no SBT, que por sua vez, lançou mão de novas armas na conquista de uma audiência maior e mais diversificada. Com essa fórmula, que incluiu novelas mexicanas e novos telejornais, como Aqui Agora, o SBT alcançou marcas entre 12% e 18% no horário nobre.

Foto Aéreas do CDT Anhanguera

Foto Aéreas do CDT Anhanguera

No início dos anos 90, o SBT operava em cinco pontos diferentes da cidade de São Paulo: Vila Guilherme, Rua Camarés, Teatro Atalibe Leonel, Sumaré e Anhanguera. Para resolver essa situação, Silvio Santos, utilizando recursos próprios do SBT na ordem de US$120 milhões, construiu o Centro de Televisão (CDT) dentro do prazo previsto em 1980.

Em 19 de agosto de 1996, exatamente no dia completou 15 anos, o presidente Fernando Henrique Cardoso desembarcou de helicóptero no campo de futebol do Complexo Anhanguera para inaugurar, juntamente com Silvio Santos, a obra que reuniria todas as atividades do SBT.


Um banco que vai até seus clientes

Dindin e Dindinha ficaram famosos por oferecer serviços do PanAmericano

Dindin e Dindinha ficaram famosos por oferecer serviços do PanAmericano

Na segunda metade da década de 90, ao perceber que um dos motivos que mais afastavam as classes mais pobres dos bancos era a timidez, o PanAmericano lançou mão de um modelo chileno de conquista do público, o corpo-a-corpo. A estratégia era ir até o cliente em vez de esperar que ele viesse ao banco por conta própria.

Em 1997, uma agência instalada no centro de São Paulo, local onde circulam milhares de pessoas, tinha justamente o objetivo de oferecer a esse público mais tímido a possibilidade de conseguir crédito pessoal. Com os resultados, cerca de 15 mil atendimentos por mês, dos quais 50% resultavam em negócio, o banco inaugurou lojas em outros bairros e cidades, como Santos, São Bernardo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

Pioneiro, o banco oferecia cartão de crédito a seus clientes e financiava móveis, peças de automóveis e veículos. Diversificando de novo, em 1998, a Divisão Financeira abriu a PanSeg, para a promoção e venda na área de seguros. Em parceria com a PanAmericana Corretora, a Liderança Capitalização e a Perícia Corretora, a nova empresa lançou o Bem de Vida, um título de R$4, com direito a um seguro de acidentes pessoais e prêmios.


Anos 2000

De olho no social

O Grupo Silvio Santos cresceu e amadureceu junto com os brasileiros. Foi esse povo que fez o sucesso de cada uma de suas empresas. Em 2003, Silvio Santos decidiu investir de volta, de maneira direta, naqueles que acreditaram em seus empreendimentos. Assim nasceu o Centro Cultural Grupo Silvio Santos (CCGSS).

Sem fins lucrativos, o Centro veio consolidar as políticas de ação social do GSS, com o objetivo de “tornar-se referência nacional na valorização do teatro para crianças e jovens e no uso das artes cênicas como recurso para a educação, a promoção de valores culturais, o exercício da cidadania e a inclusão social”.


Centro de Serviços Compartilhados (CSC)

Sede do Centro de Serviços Compartilhados (CSC)

Sede do Centro de Serviços Compartilhados (CSC)

Sempre em busca das melhores práticas, desde 2004, o Grupo Silvio Santos conta com o CSC – Centro de Serviços Compartilhados, um desdobramento do que já foi a Silvio Santos Informática, que integra modelos de gestão e controle de todo o Grupo, com ganho de agilidade, precisão e qualidade das informações de todas as empresas.


O céu é o limite

Produtos Jequiti

Produtos Jequiti

O pai de uma família com seis filhas desde cedo percebeu o grande interesse das meninas pelos cosméticos. Durante suas viagens pelos Estados Unidos e Europa, passou a notar que não apenas suas filhas, mas todas as mulheres de modo geral, cercavam os balcões de perfumes e cosméticos como abelhinhas ao redor do mel. Sendo um homem de visão empresarial e obviamente, com tantas mulheres consumidoras em sua própria família, resolveu investir nesta área aqui no Brasil.

Depois de muitas pesquisas sobre o mercado, em março de 2006, Silvio Santos e seu grupo retornaram ao mercado de cosméticos com a compra da empresa SSR.

O homem empreendedor então, vai até lá, contrata químicos argentinos, cria vidros e embalagens e lança a Chanson, cosméticos e perfumaria, que em pouco tempo foi vendida para uma outra empresa. Porém, não foi vendido o sonho do grande empreendedor, e a chama não se apagou. Então ele recua, cria novas estratégias de mercado e depois de alguns anos volta a investir naquilo em que acredita.

Contrata aqui mesmo no Brasil, os melhores profissionais necessários para desenvolverem produtos da mais alta qualidade. Desta vez, não deseja agradar apenas as mulheres, mas também, aos homens e crianças. Esta é a SS Cosméticos, fruto da determinação de um homem empreendedor, Silvio Santos.

O nome escolhido para esse novo negócio, Jequiti, traz proposital semelhança com o nome da árvore Jequitibá e de outro negócio muito importante para Silvio Santos, o Hotel Jequitimar, aberto em 2007.



Sisan cresce e aparece

Platinum Building Berrini

Platinum Building Berrini

A Sisan, empresa que nasceu no início dos anos 90 para organizar o patrimônio imobiliário do Grupo Silvio Santos, também cresceu durante a década e passou a analisar novas frentes de negócio. Dessa forma, surgiram, em 2003, o Auto Moto Shopping Vimave, na mesma área da antiga concessionária.

Na sequência, surgiu o residencial Vida e Alegria, na Zona Norte da capital paulista, um dos precursores do mercado ao trazer para a classe média baixa um produto imobiliário que já continha um conceito diferenciado em termos de estrutura de apoio e lazer. Além disso, deu-se o lançamento do Oscar Freire Open View, numa das zonas residenciais de mais alto poder aquisitivo de São Paulo.

Em 2009, a empresa se destacou com o lançamento comercial Platinum Building Berrini, uma torre de escritórios no mais importante centro de negócios da América Latina, onde estão algumas das principais empresas nacionais e multinacionais, com infra-estrutura completa contemplando: 90 conjuntos e 1 Loja no térreo, paisagismo e arquitetura contemporânea.


Paixão pelo Guarujá vira negócio

Silvio Santos foi aconselhado a conhecer o Guarujá logo que chegou a São Paulo, no anos 50. A partir daí, estabeleceu uma relação de afeto com a cidade, escolhida por muitos paulistanos para passar seus fins de semana e férias. Certo dia, quando circulava pela Praia de Pernambuco, não conseguiu deixar de notar o requinte do Hotel Jequitimar, sempre cheio de artistas e outras personalidades.

Sofitel Jequitimar Guarujá

Sofitel Jequitimar Guarujá

Idealizado pelo casal Marjory e Jorge da Silva Prado, o Jequitimar foi construído em 1962 num terreno de 77 mil metros quadrados. Depois de décadas de glamour, foi colocado à venda em 1990 pela filha do casal. Muito interessado, o próprio Silvio Santos procurou a proprietária.

Em 1997, comprou o Jequitimar disposto não só a erguer um resort de altíssima qualidade, dotado de todos os recursos de conforto e tecnologia, numa praia maravilhosa, mas com a intenção também de resgatar a elegância do passado.

Seguindo um cuidadoso projeto da Sisan e sob administração da rede Accor, entrou em funcionamento, em 2007, o Sofitel Jequitimar Guarujá, um investimento de R$150 milhões. De alto luxo, o empreendimento conta com 302 quartos, auditório para 1200 pessoas, 8 salas de convenções e o único LeSpa Sofitel do Brasil. Além disso e toda a infraestrutura de lazer, o complexo conta com 36 casas de alto padrão no Jequiti Resort Residence, vendidas logo no lançamento, e o Villa Jequitimar, um centro de compras com 60 lojas de grife. Assim o glamour voltou ao Guarujá.

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