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quinta-feira, agosto 12, 2021

Mauricio Marcon se pronuncia sobre a expulsão do Partido Novo

O vereador de Caxias do Sul Mauricio Marcon foi expulso do Partido Novo. De acordo com o parlamentar, ele recebeu a notícia com perplexidade na manhã desta quinta-feira, 12.

De acordo com ele, sabia que a recente fala, direcionada ao Diretório Nacional e, principalmente, à pré-candidatura de João Amoedo poderia render uma punição. 

"Porém, por apenas estar expressando a minha opinião, a expulsão me pareceu um tanto quanto exagerada e improvável", diz ele.

Mauricio Marcon comentou que a decisão ainda cabe recurso, mas vai refletir sobre qual caminho deve seguir. "Se minha saída se confirmar, saio deixando as portas abertas. Torço para que o NOVO volte a olhar mais para princípios e valores do que para 'salvadores da pátria', como outrora foi". 

O parlamentar foi o mais votado desta legislatura com 5.618 votos e relatou que vai lutar para permanecer com o mandato de vereador.

"Agora deve-se iniciar uma batalha pelo meu Mandato: os mesmos que buscaram a minha expulsão do partido provavelmente virão buscar a minha cadeira de Vereador. Mas já aviso: lutarei para mantê-la, para que eu possa seguir honrando os meus 5618 votos e seguir trabalhando por toda população caxiense".

Confira o pronunciamento na íntegra:

EXPULSÃO DO PARTIDO NOVO

Recebi com perplexidade hoje pela manhã a notícia que a Comissão de Ética Partidária (CEP) do Partido NOVO havia decidido pela minha expulsão do partido.

No início de junho fui acionado na CEP pelo Diretório Estadual, que pediu a minha expulsão da legenda. Meu crime? Ter criticado a forma pela qual foi feito o Processo Seletivo à Presidência da República pelo NOVO, que parecia estar direcionado para que João Amoedo fosse o candidato escolhido.

Sou parte de um grupo de pessoas comuns que se uniu para tentar transformar a política. Nossa campanha em 2020 teve 10 candidatos e candidatas a vereador e uma chapa majoritária, unidos por princípios e valores, defendendo o fim dos privilégios e sem usar um centavo dos Fundos Partidário e Eleitoral. Sigo como parte deste grupo, e sigo leal aos que de alguma forma colaboraram com a campanha do NOVO em 2020.

Nestes 8 meses de mandato e em toda minha vida jamais abri mão da minha coerência, de meus princípios e de meus valores – e não seria um Processo Seletivo que considerei falho que faria eu me calar e não denunciar o que aparentava estar sendo feito de forma errada.

Eu sabia que aquela minha fala, direcionada ao Diretório Nacional e, principalmente, à pré-candidatura de João Amoedo poderia me custar uma punição. Porém, por apenas estar expressando a minha opinião, a expulsão me pareceu um tanto quanto exagerada e improvável.

Entrei no partido por acreditar em seus valores e princípios e acreditando que aqui não se cometeria o erro de se idolatrar pessoas ao invés de defender ideias. Ao que tudo indica, me enganei. Hoje, na minha opinião, o NOVO se rendeu ao caciquismo político e à figura de um salvador da pátria (e do partido), que em sua suprema arrogância acredita que aqueles que não concordam 100% com ele são bolsonaristas e devem ser afastados do partido, como ele próprio escreveu em suas redes sociais dias atrás.

Se minha expulsão se confirmar, sairei de cabeça erguida, com minha coerência, valores e princípios preservados e confiante de que dei o meu melhor durante esses anos que aqui fiquei para ajudar a construir o partido que acreditava ser diferente.

Ainda cabe recurso contra a decisão pela minha expulsão. Mas, antes de qualquer decisão quanto a tentar reverter ela ou não, preciso refletir muito sobre qual caminho devo tomar.

Apesar de tudo, é justo frisar o excelente quadro de mandatários do NOVO que, assim como eu, saíram da indignação para a ação e vêm fazendo um incrível trabalho. Faço menção especial aos meus amigos e Deputados Estaduais Fabio Ostermann e Giuseppe Riesgo; ao meu exemplo maior na política, e a quem hoje tenho a honra de chamar de amigo, o Deputado Federal Marcel van Hattem; e ao meu amigo, colega de bancada e sem dúvida um dos melhores Vereadores que Caxias do Sul já teve, Mauricio Scalco – com o qual certamente seguirei trabalhando junto por uma Caxias melhor, independentemente de eu permanecer ou não no NOVO.

Não posso deixar de agradecer aos antigos Presidentes do Diretório Estadual/RS, Guilherme Enck e Carlos Molinari, que em sua gestão fizeram o partido crescer no Rio Grande do Sul, e aos antigos membros do Diretório Municipal de Caxias, que com seu belo trabalho, combinado a uma bonita campanha do meu amigo Marcelo Slaviero, conseguiram eleger dois Vereadores  em 2020, surpreendendo positivamente a todos.

Se minha saída se confirmar, saio deixando as portas abertas. Torço para que o NOVO volte a olhar mais para princípios e valores do que para “salvadores da pátria”, como outrora foi. Até lá, infelizmente, o quadro de desfiliações e debandada em massa deve se manter.

Agora deve-se iniciar uma batalha pelo meu Mandato: os mesmos que buscaram a minha expulsão do partido provavelmente virão buscar a minha cadeira de Vereador. Mas já aviso: lutarei para mantê-la, para que eu possa seguir honrando os meus 5618 votos e seguir trabalhando por toda população caxiense.

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