Neste sábado, 4 de dezembro, os depoentes foram o produtor de eventos Alexandre Marques, testemunha de uma das defesas, e os sobreviventes Maike Ariel dos Santos e Cristiane dos Santos Clavé, arroladas pela assistência de acusação.
Pelo MPRS, quem começou a fazer perguntas a Marques foi a promotora de Justiça Lúcia Helena Callegari. Ela mostrou fotografia de uma festa onde eram usados artefatos pirotécnicos e o depoente reconheceu como sendo na Kiss. Na sequência, Lúcia exibiu mais vídeos com artefatos pirotécnicos acesos dentro da casa noturna, também com a confirmação de que se tratava da boate, o que vem ao encontro das provas processuais: de que esse tipo de evento ocorria com frequência.
Questionado pelo promotor de Justiça David Medina da Silva sobre quantas saídas de emergências havia na boate, o depoente afirmou: "havia a porta principal", encerrando as perguntas do MP.
Já Maike falou que durante o incêndio, “achava” que estava indo para a saída da casa noturna. Mas, devido à escuridão, não sabia ao certo. Disse que desmaiou dentro da Kiss e foi socorrido. A pedido do promotor, demonstrou o tempo que demorou pra chegar à porta da boate na noite do fato. Repetiu que estava esmagado entre as pessoas e que se tivesse orientação luminosa, a fuga seria mais ágil. Também revelou que nenhum dos réus o ajudou no tratamento de saúde ou lhe procurou.
O último depoimento deste sábado foi da vítima Cristiane dos Santos Clavé. Ela disse que não iria à festa daquela noite, porém, foi convencida por um amigo. Relatou que, assim que teve início o show da banda Gurizada Fandangueira, foram disparados sinalizadores nas laterais que a fizeram ficar sem ar.
Por meio da reprodução em 3D apresentada pelo Ministério Público, a sobrevivente mostrou onde estava no momento em que o fogo começou. Cristiane retornava do banheiro e ainda tentou localizar o amigo, sem sucesso. Em seguida, viu um músico com a mão para cima segurando o artefato. A vítima disse que, na tentativa de sair da boate, chegou a levantar amigas que estavam caídas no chão e repetiu mais de uma vez que só conseguiu escapar do prédio da Kiss porque já tinha estado lá várias vezes. Ainda, relatou a dor pela perda dos amigos e mostrou os remédios que precisa tomar em decorrência de queimadura no pulmão e das sequelas psicológicas.
Foto: MPRS
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