O chefe do Executivo caxiense lembrou que assumiu, em janeiro, com o problema da PEC 13/2021, destacando que seu antecessor, o prefeito Flávio Cassina, aplicou 24,1% dos 25% determinados constitucionalmente para a educação, mas compensou com investimentos de 27% na saúde. Na avaliação de Adiló, não é mais possível que os prefeitos continuem pagando esta conta para cumprir os 25% do orçamento para a educação para não serem penalizados. “Os deputados precisam ter consciência disto e nós, prefeitos, vamos visitar os gabinetes ressaltando esta situação insustentável”, argumentou. De acordo com dados preliminares, em torno de 30% dos municípios, a maioria de grande porte, não cumpriu os 25% destinados à educação.
O prefeito assinala que a dificuldade em cumprir a determinação legal se dá, principalmente, pela redução das atividades na educação. Com as escolas fechadas, houve dispensa do transporte dos alunos, corte de horas extras, baixa utilização das merendas e custos inferiores com outras despesas de manutenção, que integram a formação dos 25%. “A conta não fecha, é urgente resolver este cenário”, assinalou. A PEC não exime os prefeitos de cumprir a determinação legal, apenas posterga o cumprimento para os anos de 2022 e 2023.
O prefeito definiu o transporte coletivo como um grande problema, em vias de explodir muito brevemente. Exemplificou com Caxias do Sul que abriu licitação e teve uma única empresa interessada, que já operava o sistema. “A Prefeitura teve que indenizar R$ 4 milhões ao longo desde ano para cobrir o prejuízo que a empresa está tendo. Além disto, ela move ação contra o Município por deficit acumulado de exercícios anteriores”, anunciou.
Para garantir a sustentabilidade dos sistemas de transportes públicos, a Frente Nacional dos Prefeitos tem trabalhado na construção de alternativas de financiamento. Preocupados com o iminente colapso em 2022, prefeitas e prefeitos querem apoio do Congresso no pleito por um auxílio emergencial federal que financie a gratuidade de idosos e pessoas com deficiência. “Se houver o atendimento desta demanda, haverá um fôlego para os municípios. Isto ajudará a evitar o colapso do transporte coletivo urbano, que vem sendo um problema para grande parte dos municípios no país”, destacou Adiló.
Sobre a PEC 122/2015, que condiciona novas despesas à indicação de receitas, o prefeito alegou que a situação piora, exemplificando com a área da saúde, para onde a Prefeitura de Caxias já destina 29% do orçamento. Também disse não ser contra o piso salarial de enfermeiros e professores, mas cobrou que haja resposta do governo de onde deve sair o dinheiro para cumprir estes compromissos.
Manifestou ainda preocupação com alimentação e a área social, para as quais a União tem criado inúmeros programas e repassado a despesa aos prefeitos. “O mandatário federal lança um programa social, bonito e necessário, mas no ano seguinte reduz a destinação dos recursos ou simplesmente não atualiza a tabela. Quem precisa resolver o problema é o prefeito, que não pode cancelar os programas, porque são federais”, cobrou.
Demandas
PEC 13/2021: garantia de R$ 15 bilhões à educação
Transporte urbano: apoio federal para evitar o colapso dos serviços
PEC 122/2015: condiciona novas despesas à indicação de receitas
Piso da enfermagem: apoio ao piso desde que com recursos federais
Reajuste do piso do magistério: regras atuais com recursos federais ou alteração para o INPC
Foto: Juliane Ribas
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