Quinze anos após o início da captação de recursos --que na última atualização, em fevereiro de 2006, chegavam a R$ 36,5 milhões em dinheiro público--, o filme "Chatô - O Rei do Brasil" finalmente está pronto, mas só em DVD. A informação foi dada pelo diretor Guilherme Fontes ao Ministério Público Federal, anteontem.
Em e-mail enviado a Gisele Porto, procuradora da República que acompanha o caso, Fontes afirma que um certificado da Ancine (Agência Nacional do Cinema), anexado à mensagem eletrônica, comprova a conclusão do filme e encerra o processo de prestação de contas.
A Ancine confirma que recebeu uma versão do filme em DVD, mas nega que o certificado encerre a pendência de Fontes. Segundo a agência, o documento comprova apenas que existe uma obra cinematográfica brasileira chamada "Chatô - O Rei do Brasil", que ainda não pode ser comercializada.
Fontes precisa entregar uma versão do filme em 35 mm e apresentar uma prestação de contas final, diz a agência e confirma o MPF.
A Folha procurou o produtor e seu advogado ontem e anteontem sem sucesso.
Desde janeiro, segundo revelou "O Globo" anteontem, cinco pessoas que usaram verbas públicas em projetos aprovados pelo Ministério da Cultura tiveram seus bens bloqueados pela Justiça Federal no Rio.
O maior valor é devido pela produtora Sky Light, que arrecadou R$ 2,4 milhões para a série "Minas Gerais, Peito de Ferro, Coração de Ouro" e não apresentou a obra nem as contas.
No projeto, por equívoco da Ancine, constava como produtor Fernando Meirelles, que disse não conhecer o fato. A Folha procurou os donos da produtora, Bruno Stroppiana e Renato Padovani, mas não teve resposta.
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