De vilão do pop a paladino da justiça, Joe Jackson diz que sente falta da voz do filho chamando seu nome.
"Ele me ligava para dizer como estava, para dizer que me amava. Conversávamos sobre negócios, amigos, coisas que ele estava fazendo", disse à Folha o pai de Michael Jackson, cuja morte completa hoje um ano.
Joe, acusado pelo próprio astro de ter sido um pai extremamente violento, vem se mantendo nos tabloides desde o ano passado, com acusações das mais estapafúrdias para explicar a tragédia do filho, incluindo culpar a própria mãe de Michael.
Mas ele insiste que só quer a verdade.
"Há muitas pessoas envolvidas na morte de Michael. Há documentos que provam isso e eles irão aos poucos se tornar públicos", disse, sem dar detalhe, através de uma entrevista por e-mail.
Apesar de Michael ter afirmado que perdoara o pai e de ter até feito aparições públicas ao seu lado, segurando sua mão, Joe ficou de fora do testamento do músico.
Jackson morreu aos 50 anos, no momento em que se preparava para voltar aos palcos. Legistas confirmaram morte por homicídio e devido à grande quantidade ingerida de analgésicos.
Em agosto, Conrad Murray, médico que cuidava de Jackson e principal suspeito, terá uma audiência judicial.
Músicas inéditas
Além de "justiça", Joe quer algo grandioso, megalomaníaco. "Quero pedir às Nações Unidas para reunir todos os fãs de Michael do mundo inteiro para celebrar seu amor e a paz."
E também promete um memorial ao estilo de Graceland, ponto de peregrinação dos fãs de Elvis. Será em Gary, Indiana, onde o astro nasceu, e deverá ter 300 acres para um museu, dois hotéis cinco estrelas e um centro cultural.
Para novembro, a Sony promete um álbum de inéditas, como parte de um acordo de US$ 250 milhões com o espólio de Jackson, que inclui 10 discos até 2017, entre material novo e antigo.
Para 2012, o Cirque Du Soleil planeja abrir em Las Vegas um show fixo e itinerante sobre o músico.
"Não ouvi essas músicas novas. Michael nunca quis que músicas fossem lançadas porque não estavam prontas. Só queria mostrar o produto final", disse Joe.
Para especialistas ouvidos pela Folha, a imagem do astro no último ano mudou de maneira astronômica.
"Antes, ele era visto como uma pessoa acabada, uma piada sinistra, um criminoso que se safou. E agora ele é um gênio cuja influência cultural é inalcançável", disse Margo Jefferson, crítica cultural sênior do "New York Times" e autora de uma biografia sobre Michael.
"Ele virou Santo Michael Jackson, e vai virar um parque de diversões", disse Stephen Davis, ghost-writer da autobiografia "Moonwalker", em relação ao projeto do Cirque Du Soleil. "Acho que ele ficaria feliz."
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