Em uma pequena cidade bem pacata da colônia, dois irmãos brigaram recentemente em uma partida de futebol. A confusão dividiu os familiares e aumentou os conflitos, já antes existentes e mal superados, entre o irmão mais velho, Miltão, de 97 anos, muito experiente na vida, que não concordou com as atitudes do jovem Osvaldinho, de 75.
As agressões exercidas pelos dois 'senhores' em um simples jogo de bola eram muito importantes para ambos. A partida apenas não decidiria o rumo da “vida”, mas a competência de quem seria o melhor e a credibilidade colocada em campo, além do eterno e saboroso ego de ser sempre o destacado e diferenciado.
A confusão foi tão grande entre Miltão e Osvaldinho, que os familiares não acreditaram no começo dessa rusga, e logo após também iniciaram os conflitos de interesses e defesa de lados mal consolidados. A ordem só foi controlada e retomada quando o pai pegou a bola e a colocou embaixo dos braços, levando-a pra casa, para a tristeza de todos, mas que encerrou o assunto imediatamente no silêncio.
Como os irmãos não tinham superado a perda da bola, foram reclamar com a mãe, que é muito mais rigorosa, brava e temida que o pai, e não deu outra, os dois irmãos receberam um castigo tão grande que resolveram cortar as relações, até que alguém ceda e diminua a raiva e ódio do outro.
Quem sai perdendo neste confronto de egos e posturas é a própria família, que ficou dividida e perdida no meio, e os ânimos estão mais exaltados. A qualquer momento, se não houver um acordo de cordialidade dos irmãos, que até já foram bem unidos, os familiares que pegaram as dores podem arranjar uma nova briga completamente desnecessária.
Uma confusão ocorrida que simplesmente poderia ter sido evitada. A razão, todos perderam no momento que chegaram em vias de fato, tanto os irmãos, como a família e a pequena colônia que precisa dos dois.
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