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quarta-feira, outubro 05, 2011

Nenhum de Nós completa 25 anos de estrada em grande fase

Eduardo Tavares

A banda gaúcha Nenhum de Nós comemorou 25 anos de carreira nesta quarta-feira, 05 de outubro, com mais de 1.550 apresentações, mais de um milhão de discos vendidos, participações em grandes festivais, vários prêmios, reconhecimento de público e crítica, e uma fiel legião de fãs espalhados por todo o país. O Nenhum de Nós é uma das melhores bandas do Rio Grande do Sul e que ainda conseguiu ser conhecida nacionalmente com grande público e inúmeros sucessos.

O grupo mantém a mesma formação desde seu início, fato raro na cena roqueira nacional. O Nenhum de Nós surgiu como trio e acrescentou dois novos integrantes sem nunca ter trocado seus componentes desde então.

Foi um dos primeiros grupos de rock no Brasil a incorporar o acordeon entre seus instrumentos, assumindo uma sonoridade regional em suas composições. Com uma carreira artística marcada por um amadurecimento musical e poético, o Nenhum de Nós chega ao 25º ano de estrada em plena forma, como uma das bandas mais respeitadas do cenário pop-rock brasileiro.

No início eram Thedy Corrêa (baixo e voz), Sady Homrich (bateria) e Carlos Stein (guitarra) na estreia em outubro de 1986, em Porto Alegre. Em 1992, no lançamento de seu quarto disco, viraram quarteto, após a entrada de Veco Marques (guitarra e violão). Com o disco “Mundo Diablo” em 1996, efetivaram João Vicenti (teclados, acordeon e vocais), que antes atuava como músico convidado. Assim chegaram ao atual e definitivo formato de quinteto.

Em 1987 a banda lançou seu disco de estréia, com o nome do grupo, e trazia seu primeiro sucesso: “Camila Camila”. Um ano depois o Nenhum emplacou outro hit: “Astronauta de Mármore” (versão para Starman, de David Bowie) , que constava no segundo disco da banda. Dois álbuns viriam ainda em sequencia, em 1990 e 1992 (Extraño e Nenhum de Nós), fechando um ciclo inicial na gravadora BMG/Ariola. Estes quatro discos seriam resumidos no início dos anos noventa através do primeiro álbum acustico de um grupo brasileiro, “Acústico ao Vivo no Theatro São Pedro”, lançado em 1994 (Disco de Ouro).

Em 1996 com “Mundo Diablo” (Velas) e 1998 com “Paz e Amor” (Paradoxx) a banda preparou terreno para “Histórias Reais Seres Imaginários” (Sony) lançado em 2001. É desta safra de três discos em cinco anos que vieram os sucessos “Vou Deixar Que Você Se Vá” , “Paz e Amor”, “Da Janela” , “Você Vai Lembrar de Mim” , “Amanhã ou Depois” e “Eu Não Entendo”. Um resumo desta segunda etapa da carreira da banda (de 1996 a 2002) surge com outro álbum desplugado, “Acústico Ao Vivo 2” (Orbeat Music). Com ele uma tour de mais de duzentos e cinquenta shows em dois anos, o primeiro DVD da banda e mais um Disco de Ouro.

Em julho de 2005 o grupo lançou “Pequeno Universo” (Orbeat Music), o 11º álbum com uma safra de canções inéditas, entre elas “Dança do Tempo”, “Cada Lugar”, “Feedback” e “Igual a Você”. Esta última recebeu versão para o espanhol (“Igual a Ti”). Finalizando a “Pequeno Universo Tour”, que em 26 meses passou por mais duzentas cidades, a banda começou a temporada de ensaios para aquele que seria um dos seus maiores desafios.

“Nenhum de Nós a céu aberto” é um registro ao vivo - em CD e DVD - onde a banda comemorou os 20 anos de carreira num show gravado em março de 2007, ao ar livre, em Porto Alegre. Ele foi lançado tendo como faixa de trabalho a canção “Camila Camila”, um dos maiores hits do final dos anos 80, que voltou em versão atualizada, como um retrato da evolução e longevidade do grupo.

O Nenhum de Nós percorreu o país durante três anos naquela que foi a sua maior turnê. Foram mais de 350 shows, passando também por outros países (Paraguai, Uruguai e China, onde o grupo apresentou-se em junho de 2010).

Ao final de 2009 lançaram o CD “Paz e Amor Acústico”, uma gravação feita ao vivo em 2000, cuja master foi recuperada e acrescida de mais três gravações-bônus.

Em 2010 a banda entra estúdio, assinando junto com Ray Z a produção de seu 14º álbum, “Contos de Água e Fogo”. Ainda durante as gravações o primeiro single deste novo trabalho, a faixa “Outubro Outono” é lançado como um preview. Em março de 2011 a banda lança “Último Beijo”, já como single oficial de lançamento para o novo disco que chegou às lojas em abril, quebrando um jejum de seis anos sem lançar nada novo.

"Demoramos tanto tempo por uma questão logística. Nossa programação era lançar o disco em 2007, antes do ao vivo", diz o vocalista Thedy Corrêa. "Não temos essa ansiedade de fazer um trabalho atrás do outro. Acreditamos na consistência artística de cada projeto", completa o músico.

No caso de "Contos de Água e Fogo", essa consistência começa já no título do disco. "Traçamos um perfil do que queremos lançar em termos de letra e conteúdo. Sempre buscamos um conceito. E no caso desse álbum, é um relato do contraditório", explica Thedy. "Falamos do positivo e do negativo. Do alívio e da dor. A própria canção 'Água e Fogo' fala disso. E a questão do 'Contos' é porque nossas letras trazem esse aspecto literário narrativo".

A faixa que abre o disco, "Correntes", remete ao ano de 1986, quando a banda fez sucesso em todo o País com "Camila, Camila". A canção tem uma pegada mais pesada, como esse hit, e coloca as guitarras em evidência. O lado mais roqueiro do grupo foi exposto propositalmente e de forma natural. E esse mesmo peso também é encontrado em "Outono Outubro". Mas o disco também traz composições inspiradas na folk-music, como em "Pequena", com arranjos de viola e bandolim.

A banda contou com a parceria do carioca Leoni (ex-Kid Abelha) em "Melhor e Diferente". "A colaboração de parceiros externos traz uma diversidade ao projeto e enriquece nossa história", garante Thedy. Além de Leoni, participaram o roqueiro baiano Fábio Cascadura, o uruguaio Socio e o argentino Pablo Uranga. Gravado de forma independente, o disco foi lançado pelo selo Imã Records, com distribuição da Radar. "Nos comportamos como uma banda independente desde 1994", diz Thedy. "Dessa forma fazemos nosso trabalho sem nenhuma interferência", explica o vocalista.

Com informações do Lado Inverso Empreendimentos Culturais


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