A abertura do evento foi conduzida pelo presidente da OAB Caxias do Sul, Rudimar Luis Brogliato e a mediação conduzida pela coordenadora da CDF, Monica Montanari. A oficina contou com a presença da titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de Porto Alegre e Diretora da Divisão de Proteção e Atendimento à Mulher do RS, Jeiselaure Rocha de Souza; da titular da Coordenadoria da Mulher, Tamyris Padilha; do promotor-corregedor do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul e membro do Grupo de Atuação Temática da Violência Doméstica e Familiar, Luis Carlos Prá e do assessor do juiz de Direito do juizado da Violência Doméstica do Fórum de Caxias do Sul, Elias Comin.
A delegada, Jeiselaure Rocha, relatou durante o encontro, sobre o trabalho da polícia, as ações que realizam e as dificuldades que as mulheres sofrem com o machismo. “Não tem mulher no mundo que goste de apanhar. Elas ficam muito tempo acreditando serem incapazes e ficam distantes da família e amigos, e assim, apanhando do parceiro”, conta a diretora.
Ainda conforme ela, o agressor muitas vezes controla o celular da vítima e elas também aparecem muito machucadas na delegacia. “Trabalhamos para fazer a diferença nas pessoas, para que as mulheres não morram. Precisamos levar a informação, pois a violência mata e não é mimimi”. A delegada ressaltou que o trabalho dos advogados é imprescindível quando se trata deste assunto do feminicídio.
A titular da Coordenadoria da Mulher, Tamyris Padilha, explicou na ocasião sobre a Rede de Proteção da Mulher e do Centro de Referência da Mulher. “Nenhuma mulher fica sem atendimento. Em Caxias do Sul, há uma casa de apoio e acolhimento para mulheres vítimas de violência, com 15 vagas. A Casa de Apoio Viva Rachel acolhe em qualquer horário, afinal, a violência não tem hora. Quando a Casa está com pouco ocupação, é porque as mulheres não estão procurando e sabemos que elas estão sofrendo”, informa ela.
O promotor-corregedor do MPRS, Luis Carlos Prá, relatou da importância das campanhas abordadas sobre a violência doméstica. “Precisamos o tempo todo lembrar da violência doméstica e que as pessoas precisam levar a sério. É necessário debater muito para evoluir”.
De acordo com ele, as atuações do Ministério Público têm que ser firmes. “A violência doméstica anda muito junto com a vara da família e uma empurra a outra. A violência doméstica não é apenas com casal, mas também de filho para mãe”, explicou Prá.
O evento encerrou com a explanação do assessor do juiz de Direito, Elias Comin. Segundo ele, para trabalhar com violência domestica tem que ter um perfil de saber ouvir e falar, e que muitas vezes, a mensagem deve ser dura, para a mulher entender do perigo. “Temos que ter contato próximo com as vítimas, para sabermos como elas estão”.
Por fim, o palestrante mostrou ao público, um quadro sobre as prisões decretadas em casos de violência doméstica no primeiro semestre de 2021, com comparativos entre Caxias do Sul e Porto Alegre. O município caxiense apresenta 16% de prisões por violência doméstica, enquanto na capital, o número está com apenas em 4%. “A movimentação da rede em Caxias do Sul ajuda e os números são os reflexos”, finaliza.
Texto e foto: Ivan Sgarabotto
Nenhum comentário:
Postar um comentário