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domingo, julho 13, 2014

Confrontos em Buenos Aires deixam 15 policiais feridos

Foto: Reuters

Os argentinos foram às ruas na noite de domingo para comemorar o vice-campeonato na Copa do Mundo, com unânime reconhecimento à entrega de sua seleção na final contra a Alemanha. Entretanto, nem tudo foi festa. Confrontos entre manifestantes e policiais, na região do Obelisco, resultaram no caos.

Até às 23h (de Brasília), as autoridades informaram o número de quinze policiais feridos. Manifestantes promovem um quebra-quebra, especialmente contra bancos, como o Galicia, localizado próximo ao monumento na Avenida Nove de Julho, a principal da capital argentina.

Festa pela campanha

As principais cidades do país repetiram a cena: milhares de torcedores albicelestes que, longe de estarem deprimidos pela derrota, agitavam bandeiras e camisas em homenagem aos 23 "guerreiros" de Alejandro Sabella que dificultaram ao máximo o trabalho dos alemães no Maracanã.

Em Buenos Aires, a festa pelo vice-campeonato se concentrou na Avenida 9 de Julho, aos pés do Obelisco, onde até apareceu um gigantesco boneco do Cristo Redentor com as cores da Argentina.

"Eles deixaram a alma e a vida em campo. O árbitro também não ajudou muito. Foi um azar que a bola não tenha entrado", disse à "Agência EFE", Sergio Vázquez, um dos milhares de jovens que estavam nas proximidades do Obelisco.

Os torcedores com bandeiras, gorros, perucas, balões de gás e os rostos pintados de azul e branco, também se encarregaram de lembrar aos brasileiros, que torceram pela Alemanha - carrasco na semifinal com um humilhante 7 a 1 -, que o quarto lugar é o mesmo que nada.

"Brasil é uma mentira. É uma vergonha que em sua casa eles tenham levado dez gols em dois jogos", disse Vázquez sobre o desempenho da equipe anfitriã, histórico rival da Argentina no futebol.

"O Brasil não jogou nada. A Argentina jogou muito bem. Não tivemos sorte, mas temos que ficar orgulhosos", disse María Pia Realli, outra torcedora argentina que participou da festa no Obelisco.

Para Fernando Porco, um jovem argentino, a derrota contra a Alemanha não importa, pois "há muito tempo que a Argentina não chegava a uma final".

"Eles deram o melhor. Jogaram com o coração. Há 24 anos não chegávamos a uma final", disse um dos 40 mil torcedores argentinos que se concentraram na praça San Martín, em Buenos Aires, para ver o jogo no telão e aplaudiram a equipe após o duelo. Ali, o jogo foi visto de forma intensa.

Quando a Alemanha marcou o único gol do duelo, na prorrogação, a praça ficou em silêncio. Alguns começaram a chorar, abraçados. Passada a comoção, os torcedores voltaram a torcer pela equipe com a esperança de levar a partida para os pênaltis.

Após a derrota, o povo começou a gritar: "Estamos orgulhosos de vocês. Muito orgulhosos". Embora os torcedores tenham elogiado toda a equipe, o nome mais cantado foi o do volante Javier Mascherano, considerado a "alma" da seleção.

Por sua vez, os alemães em Buenos Aires celebraram em grande estilo a vitória de sua equipe em um bar no centro da capital argentina. O local estava cercado por policiais para evitar incidentes.

Vestidos com as cores de sua equipe e cerveja em mãos, os torcedores europeus festejaram com gritos e aplausos o gol do meia Mario Götze, ao término do jogo, e partiram para as ruas.

Após o fim do jogo, a Polícia reforçou sua presença nas imediações do bar por precaução, dada a presença de alguns torcedores fanáticos argentinos na região.

A festa argentina se repetiu em todas as cidades do interior do país. Em Rosário, terra natal de Lionel Messi, eleito o melhor jogador da Copa, os jogadores também foram louvados. E a entrega dos atletas em campo já dá esperança aos torcedores para a competição na Rússia em 2018.

"Estamos muito orgulhosos desta equipe. Chegar à final no Maracanã não é perder. Faltou um pouquinho, muito pouquinho. Mas jogando assim já vamos conseguir o título", disse um morador da cidade, acompanhado de seu filho, uma menino de 11 anos que nunca viu a Argentina ser campeã do mundo, mas que já sonha em ter a taça trazida para casa dentro de quatro anos. Fonte

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