A despedida dos gramados
Sair dos gramados precisa de um preparo psicológico, devido à dificuldade de abandonar a carreira, após muitos anos da profissão. Segundo o ex-goleiro do Caxias e do Inter, Bagatini, o atleta que não se prepara para a nova fase da vida, sentirá muito neste momento. “O jogador quando atinge o sucesso e passa a ser uma pessoa conhecida, não se preparando, quando volta a ser um cidadão comum, será muito difícil”, confirma o ídolo dos anos 80.
Bagatini lembra a importância do estudo para atletas, para não sofrerem dificuldades no término das carreiras. “A maioria dos atletas da minha época passaram dificuldades, os únicos que estudaram era eu e o Felipão (Luis Felipe Scolari), o restante ninguém estudou.”
De acordo com o goleiro, é lastimável os jogadores que não se preparam para sair dos gramados. “Sem preparo, eles não conseguem administrar a própria vida, principalmente financeiro. Normalmente vão depender de favores de entidades”, finaliza Bagatini, ídolo grená e colorado, dos anos 70 e 80.
O ex-lateral Rafael Baungartner, que começou nas categorias de base do Caxias e encerrou a carreira em 2008, acredita que é um grande drama, quando o atleta não se prepara. “Hoje é possível ganhar dinheiro com o futebol mesmo jogando em clubes médios e pequenos, se você souber guardar dinheiro”.
Baungartner gosta de lembrar uma frase do ex-jogador da seleção, Sócrates: "O atleta morre duas vezes, uma quando para e outra quando morre mesmo". O atleta, tendo uma boa base financeira e trabalhando a sua cabeça, fica mais fácil de conduzir a vida pós carreira profissional, explica Rafael.
Segundo o ex-lateral do Caxias, a maior dificuldade de finalizar a carreira é aceitar, que cronologicamente está acabando a sua vida ativas nos campos. “A percepção de que está acabando o que você sempre gostou de fazer e sabia o que fazer, e agora terá que mudar de rumo.”, diz Rafael.
Para ele foi complicado o término da carreira, mas que soube ter, um direcionamento para outras atividades. “Estou terminando a faculdade de Educação Física, participo de programa esportivo, sempre tento estar em contato com o futebol”, conclui Rafael Baungartner.
Na quarta parte da série Pendurando as chuteiras: O retorno fora das quatro linhas
- Entrevista com o técnico campeão da Copa do Brasil, pelo Juventude em 1999, Valmir Louruz.
Confira:
1ª Parte - Caixinha de surpresas
2ª Parte - Futebol sem arte
4ª Parte - O retorno fora das quatro linhas
5ª Parte - SOS ex-jogadores
6ª Parte - O lado psicológico do atleta
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