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terça-feira, junho 08, 2010

O Senhor no Ar: A fé em primeiro lugar


Trabalhar em ambientes opostos, como em meios de comunicação religiosos pode ser complicado de se lidar, devido às crenças e convicções dos profissionais.

Para o comunicador da Rede Maisnova FM, emissora dos Freis Capuchinhos, Júlio César, 25 anos, que é cristão, não católico, a situação é normal, pra ele e fácil devido à sociedade que vive integrada. “Eu acabo tendo uma relação profissional antes de tudo, mas também de interação e de respeito pelo lado da fé. Agora tenho as minhas convicções de fé e delas eu não abro mão.”

Júlio César, locutor da Maisnova, há cerca de quatro anos, é acadêmico de Jornalismo da UCS. Radialista há oito anos, trabalhou em duas emissoras comunitárias, na cidade de Camaquã, que fica na região sul do estado, a 95,7 e 104,9.

Segundo Júlio, a Rede Maisnova FM é uma emissora que tem uma programação secular e com raras inserções de material extremamente com cunho religioso. “Pra mim acaba sendo de muito aproveito.” admite o comunicador sobre a programação da rádio.

De acordo com o locutor, o papel da religião nos meios de comunicação não é diferente do meio social como um todo. “É anunciar o evangelho de Jesus Cristo, de forma dinâmica com o intuito de libertar vidas. Falar de esperanças, paz e o amor que é a base da mensagem de Jesus” admite Júlio, que acredita ter um espaço pequeno da religião na mídia.

Conforme Júlio, a divisão dos meios de comunicação poderia ser mais democrática. “A hegemonia da igreja Católica ainda impera, mas a Igreja Universal do Reino de Deus vem adquirindo uma série de canais.” afirma.

De acordo com o comunicador, “o trabalho poderia ser muito mais claro e dinâmico em grande parte dos veículos de comunicação”. Para o locutor, a programação religiosa acaba muitas vezes se expandindo demais em conteúdo e fugindo da simplicidade que era o evangelho anunciado por Jesus Cristo. “A programação deixa muito a desejar principalmente devido à estruturação plástica e de programação como um todo. Não há uma organização muito clara.“ explica na falta de profissionalismo das emissoras. “Eu acredito que teria de melhorar muito.” completa.

Segundo Júlio, o preconceito com as religiões na mídia acontece, por ser um tema extremamente pessoal e polêmico, que varia de pessoa pra pessoa e da filosofia. “Um assunto polêmico no rádio como a homofobia, às vezes não pode abordar, porque pra um lado é correto e pra outro não.” alega. A imprensa pode ser cerceada em determinados assuntos. “A mídia fica dentro deste contexto limitado, tendo assim uma espécie de preconceito, devido a esta pluralidade de ideias que existem.” explica o locutor.

A religião investe muito dinheiro na mídia, com doações de fiéis. De acordo com o Júlio, “Há pessoas que estão usando o evangelho para o enriquecimento ilícito e há pessoas que tem de fato a revelação do evangelho e que não visam lucro ao ministrar as palavras que libertam.” argumenta.

Conforme o radialista que participa de um grupo cristão e acompanha de perto o investimento: “É preciso haver verba para anunciar o evangelho. No entanto há outras prioridades e em minha opinião, deve haver um acompanhamento das finanças da igreja. A transparência entre os integrantes do grupo, como um todo.” informa o locutor da Rede Maisnova FM.

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Na sexta parte do especial; O Senhor no Ar: A pregação no ar, a opinião do pastor Jorge Rodrigues, diretor da rádio Aleluia FM, da relação comunicação, religião e população.

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O Senhor no Ar
Parte 1: Apresentação
Parte 2: O pioneiro de Caxias do Sul (entrevista com o frei Aldo Colombo)
Parte 3: Informar para bem formar (entrevista com o jornalista Tales Armiliato)
Parte 4: A voz da nossa gente (entrevista com o frei Renato Zanolla)
Parte 6: A pregação no ar (entrevista com o pastor Jorge Rodrigues)
Parte 7: Uma nova mentalidade em comunicação (entrevista com a jornalista Aline Bof)
Parte 8: A evangelização se faz na igreja (entrevista com o locutor Fernando Machado)
Parte 9: Pagando para crer (entrevista com Chirlei Leite)

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